O QUE É INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA?



É a ação entre pessoas, uma mediação entre dois ou mais sujeitos que se estimulam reciprocamente, por força da interação a que estão submetidos.
O trabalho psicopedagógico é sempre da ordem da intervenção. Não é um ato solitário, mas solidário entre dois sistemas. Pressupõe um profissional que estrutura um sistema de ajuda para um sujeito ou um grupo que se configura como um sistema cliente. A intervenção psicopedagógica não nasce do desejo do psicopedagogo, mas da demanda do sistema cliente, quando este adquire consciência de uma necessidade relacionada com seu processo de ensino X aprendizagem e configura uma "queixa" que origina uma atuação.
Sendo assim, a intervenção psicopedagógica é um movimento orientado para a conquista do equilíbrio do sistema cliente, que acontece num determinado espaço(institucional ou clínico).
A natureza da atuação psicopedagógica é definida no Código de Ética, elaborado pela ABPp- Associação Brasileira de Psicopedagogia. (ANEXO).
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do processo de aprendizagem humano, o qual jamais está dissociado de processos de ensino. Partindo deste ponto de vista, ela se reveste de crucial importância em nossos dias na medida em que se dirige para o desenvolvimento de processos de aprendizagem, assim como se ocupa do atendimento às pessoas que porventura tenham dificuldades nesta área.
O sentido de toda e qualquer intervenção precisa ser definido previamente pelo psicopedagogo: o que ele pretende ? qual é sua intenção com este ou aquele tipo de trabalho? De maneira geral,o trabalho psicopedagógico está sempre comprometido com a mudança, seja de comportamentos, atitudes, hábitos ou sentimentos. Desta maneira, seu objetivo é promover espaços para que a mudança ocorra e possa ser percebida pelo sujeito e ou o grupo.
Encarado como um terapeuta da aprendizagem, o psicopedagogo é aquele que cuida, que se desvela em direção ao outro procurando aliviar-lhe os sofrimentos resultantes de um processo de "não aprendizagem". É aquele que cuida, não o que cura. Ele está lá apenas para por o sujeito nas melhores condições possíveis, a fim de que este atue e venha a se curar. É também aquele que honra, e que, portanto, é responsável por uma ética subjacente à sua atividade.
A psicopedagogia é uma forma de terapia e, como tal, nossa atitude deve ser de respeito pelas vivências do outro, de disponibilidade perante seus sofrimentos, de olhar e de escutar além das aparências que nos são expostas.
Sem esta compreensão, a práxis psicopedagógica carece de sentido e pode se tornar a repetição de práticas utilizadas por professores, como se fossem "aulas particulares".
Como aprender é função tanto cognitiva quanto afetiva, a intervenção psicopedagógica não pode se fixar num aspecto ou no outro, mas transitar de um lugar objetivo para um subjetivo, articulando inteligência e desejo, abrindo espaços transicionais, posicionando-se nas intersecções entre jogo e trabalho, de forma a cumprir seu objetivo maior, qual seja o resgate do prazer e da criatividade.
O sentido da intervenção é seu norte, ou seja, o objetivo para o qual ela se dirige. Precisa ser definido, pois é fundamental para o êxito do trabalho. Entretanto, isso não significa que seja imutável. Muitas vezes, o profissional necessita mudar o sentido que está imprimindo à intervenção, em função de novas hipóteses de trabalho que se apresentam no decorrer das atividades, em função da reação obtida com a direção escolhida. Se o psicopedagogo não é capaz de mudar, está inapto para a tarefa psicopedagógica, pois esta é, essencialmente, dirigida para a promoção de mudanças. A mudança é componente inevitável da vida, está presente em todos os reinos da natureza. Abrir espaços de mudança, promovendo a autonomia do sujeito em relação ao seu próprio processo de aprendizagem, desenvolvendo a meta-cognição, é a essência do trabalho psicopedagógico.
A práxis psicopedagógica é fruto da articulação teoria/prática e uma construção pessoal que faz parte da formação profissional desta categoria. Geralmente inicia-se com o período de estágio supervisionado, que deve acontecer ao final do curso de especialização. Desde as primeiras atuações do estudante a intervenção deve ser objeto de discussão com o supervisor, de tal forma que sua definição se torne uma estratégia que garanta o sucesso do trabalho que será realizado.
A intervenção psicopedagógica tem uma periodicidade própria, nunca inferior a dois atendimentos por semana, pois caso o cliente falte uma vez, terá um próximo encontro na mesma semana ou na seguinte.A duração das sessões varia de 40 a 50 minutos.

FONTE: Esse conteúdo faz parte do curso de INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA do site da Pp Valéria Tiusso. Se vc quer saber mas informações faça o curso! Acesse: www.psicopedagogavaleria.com.br/cursos

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